As histórias que ouço sobre interações com profissionais de RH (Recursos Humanos) normalmente são negativas, para não falar de muito baixo nível.
Com os funcionários: palavras de baixo calão, olhar de superioridade, terrorismo, falta de habilidade em escutar, se importando mais com regras do que com pessoas, retrucando por não saber receber feedback, presos à processos, e a lista segue.
Sem contar as interações com candidatos em processos seletivos, o que merece um artigo exclusivo sobre o tema, mas resumindo: experiências muito ruins!!
Realmente essas experiências mostram que até então, muito desses profissionais são muito mais RECURSOS, do que HUMANOS. E acredito que isso se aplique tanto com os outros quanto consigo mesmos, afinal…
“Você só pode dar o que você tem”
ou
“Você não pode dar aquilo que você não tem”
E para quem já se decepcionou com a interação com alguém do RH, assim como eu, a grande questão é que talvez tivemos expectativas demais desses profissionais, acreditando que eles deveriam ser quem entende melhor de pessoas na empresa.
Bem, não era o caso. Hoje vejo como o RH até então é uma área de aspectos técnicos como as outras áreas da empresa. E hoje vejo que não tem nada de errado com isso. Era mesmo só uma questão de expectativas desalinhadas da minha parte e de muitas outras pessoas.
Há alguns meses atrás pude vislumbrar uma oportunidade em que essas expectativas se tornar validas novamente. E já explico porque…
O assunto ‘RH’ tem sido algo que tem aparecido muito para mim, pelas minhas diversas interações nas redes sociais, mas também com os feedbacks de meus clientes do meu programa de carreira em tecnologia. E isso tem me colocado em conversas à respeito de RH.
Por causa de uma dessas conversas no ano passado, recebi um convite para participar do RH Ágil Summit 2019 (Obrigado, Emmanuel Braz!!)
Ali tive várias surpresas positivas e também algumas reflexões bem interessantes para você que é de RH ou se conhece alguém que seja.
Conversei com profissionais de RH que estão verdadeiramente preocupados com as pessoas na empresa, buscando melhorar e evoluir esse aspecto humano. Além disso, pude ouvir Pia Maria Thoren, Keynote Speaker do evento, e algumas propostas para evoluir o RH que achei bem interessantes, e lista a seguir:
1) Agile People Manifesto
Um manifesto para um RH mais ágil, mais focado na experiência das pessoas na organização
No fim deste artigo deixei uma referência sobre o manifesto.
Um dos princípios do manifesto que mais gostei:
“Pessoas ágeis são curiosas e colaboram para criar um valor incrível e soluções inovadoras que atendem às necessidades humanas”
Se o RH adotar só esse critério, de verdade (e não como mais uma frase na parede), já estaremos caminhando para um outro nível de ambiente organizacional, de crescimento, produtividade, entrega e porque não satisfação.
2) Menos Regras
Hoje o que acontece, segundo Pia Maria é que “colocam todos da empresa numa prisão (de regras), por causa de alguns que quebraram as regras no passado”.
Processos e regras são importantes, com certeza. Agora, o quão engessado as coisas estão na sua empresa por causa delas? O quanto você flexibiliza ou procura alternativas mais focadas em atender as necessidades das pessoas do que seguir a regra?
Uma das soluções é exatamente começar a olhar o RH com a visão do Manifesto acima.
3) A Empresa É Um Jardim
Achei ótima essa analogia e faz muito sentido: enxergar sua empresa como um jardim, que dá todo tipo de plantas, desde mato, grama, dente de leão, tulipa, orquídeas, cactos, rosas, outra flores e plantas. Assim você vai entender que precisa de formas diferentes para cuidar de cada uma delas.
Umas precisam de mais água, outras mais atenção, outras mais adubo, e outras quase nada…
Como você está atendendo a essas diversas necessidades das pessoas na sua empresa? Ou você está mais preocupado em saber se todos estão batendo o ponto no horário certo?
Algumas Conclusões
Acredito que o RH tem decepcionado por uma expectativa não suprida de entender o ser humano, focar nele.
Vejo duas saídas: desmitificar isso e deixar claro que o foco não é mesmo o HUMANO, e mais o RECURSO; ou começar esse movimento na direção de pessoas.
Como fazer isso? Bem, começa com você!! Afinal é você que está lendo esse artigo.
Se fizer a sua parte, buscando seu próprio desenvolvimento pessoal, se entendendo, se conhecendo de verdade e de forma prática, esse crescimento vai inevitavelmente se estender para seu trabalho, e o melhor, para todas as áreas da sua vida.
Claro que todo ser humano está em constante evolução. Não estou falando que ninguém precisa ser perfeito, mas lembre-se:
“Você só pode dar aquilo que você tem”
Para você ser mais HUMANO com os outros, você tem que começar a ser mais HUMANO com você mesmo primeiro.
Faz sentido? Me deixa saber nos comentários!
[referências]
- https://agilepeoplemanifesto.org/english/portuguese/
- https://rhagilsummit.com.br/
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Eric Fer é Especialista em Carreira para Profissionais de Tecnologia, Analista Comportamental, Palestrante, Keynote Speaker, Trainer, Professor de MBA, Mentor, Colunista do Portal VAGAS.com, Organizador do Lean Coffee São Paulo, e ajuda líderes e profissionais de tecnologia a ter direcionamento na carreira e avançar para o próximo nível.
